O que é que a França tem?
Abrindo um pouco espaço para um de meus temas preferidos, vinhos!
No mundo são milhares de grandes vinhos, mas nenhum um país produz tantos ícones quanto a França. Sempre me intrigou por que os vinhaços florescem por lá e todas as suas regiões são tão famosas. Achei algumas respostas, vamos lá:
Natureza:
As uvas exigem algumas condições específicas para que produzam grandes vinhos. No planeta, a maioria das regiões produtoras está em paralelos de climas temperados, períodos de insolação regulares ao longo do ano, índices pluviométricos previsíveis. A França, por definição, tem todas estas características. Suas áreas produtoras estão posicionadas principalmente do centro ao sul do território, em encostas montanhosas ao longo de cursos dos rios, como Bordeaux, Borgonha e Rhone. Mesmo áreas de clima mais frio, como Champagne e Alsácia conseguem manter algumas dessas características e são especializadas em vinhos brancos secos ou espumantes, que tradicionalmente, são produzidos em condições mais flexíveis que os tintos.
O solo das regiões produtoras também é especial - segmentos argilosos e graníticos predominam, irrigados por cursos hídricos profundos, o que acaba por concentrar o açúcar das uvas, o que é ideal para a produção de vinhos.
Knowhow:
Ao longo dos séculos de produção, as técnicas foram aprimoradas, desde o plantio até a comércio. Uma série de tecnologias foi criada pelos franceses, como maneira de se misturar o gás carbônico ao líquido à Champagne. As uvas mais utilizadas, em gigantesca maioria tem nomes franceses - Malbec, Cabernet Sauvignon, Merlot - selecionadas em lentos anos até atingir pleno potencial. Destaco a Cabernet Sauvignon, um cruzamento artificial entre as variedades Sauvignon Blanc e a Cabernet Franc, tida antigamente como muito pesada e forte para vinhos.
Política, economia e história:
A cultura do vinho vem desde os tempos da Mesopotâmia, mas seu desenvolvimento e refinamento se deram na Europa, sobretudo na idade média, quando monges e pequenas comunidades cultivavam as vinhas para os cerimoniais e foram aos poucos aprimorando cada detalhe. Após a queda do império Romano, em 476, a França já majoritariamente católica ficou em relativa estabilidade sob o reino dos Francos. Portugal e Espanha ainda eram segmentados em reinos bárbaros, a Itália era dividida em territórios papais e pequenos estados independentes e a Alemanha um conjunto de reinos e burgos sem sinais de unificação. Após a coroação de Carlos Magno em 800, a região seguiu por séculos como o principal estado católico, tendo em seu território grandes comunidades e vilas que mantinham o cultivo da bebida.
O vinho francês já era tido como superior, mas já ganhava o velho mundo quando o casamento de Eleanor de Aquitânia e Henrique Plantageneta, em 1152, trouxe ao trono inglês ao ducado da Aquitânia, que incluía a já famosa área de Bordeaux. Desde desses tempos o mercado inglês já mirava os goles na qualidade francesa.
O avanço das navegações na idade moderna tornou o vinho francês um importante produto comercial, o que também levou a uma maior especialização e atenção a produção, ao passo que nos outros países, a vinicultura era apenas para consumo e quase nada refinada. Os chateaus viraram marcas, cases de sucesso de séculos!
O vinho francês é a estrela do mundo do vinho. É a tradição a que todos se curvam e na qual se espelham. O prestígio criado em séculos passa por recomendações de Louis XIV, Thomas Jefferson, Benjamin Franklin e Winston Churchill. Cada taça que podemos tomar é um mergulho na história e nas melhores tradições da nossa civilização!
Abrindo um pouco espaço para um de meus temas preferidos, vinhos!
No mundo são milhares de grandes vinhos, mas nenhum um país produz tantos ícones quanto a França. Sempre me intrigou por que os vinhaços florescem por lá e todas as suas regiões são tão famosas. Achei algumas respostas, vamos lá:
Natureza:
As uvas exigem algumas condições específicas para que produzam grandes vinhos. No planeta, a maioria das regiões produtoras está em paralelos de climas temperados, períodos de insolação regulares ao longo do ano, índices pluviométricos previsíveis. A França, por definição, tem todas estas características. Suas áreas produtoras estão posicionadas principalmente do centro ao sul do território, em encostas montanhosas ao longo de cursos dos rios, como Bordeaux, Borgonha e Rhone. Mesmo áreas de clima mais frio, como Champagne e Alsácia conseguem manter algumas dessas características e são especializadas em vinhos brancos secos ou espumantes, que tradicionalmente, são produzidos em condições mais flexíveis que os tintos.
O solo das regiões produtoras também é especial - segmentos argilosos e graníticos predominam, irrigados por cursos hídricos profundos, o que acaba por concentrar o açúcar das uvas, o que é ideal para a produção de vinhos.
Knowhow:
Ao longo dos séculos de produção, as técnicas foram aprimoradas, desde o plantio até a comércio. Uma série de tecnologias foi criada pelos franceses, como maneira de se misturar o gás carbônico ao líquido à Champagne. As uvas mais utilizadas, em gigantesca maioria tem nomes franceses - Malbec, Cabernet Sauvignon, Merlot - selecionadas em lentos anos até atingir pleno potencial. Destaco a Cabernet Sauvignon, um cruzamento artificial entre as variedades Sauvignon Blanc e a Cabernet Franc, tida antigamente como muito pesada e forte para vinhos.
Política, economia e história:
A cultura do vinho vem desde os tempos da Mesopotâmia, mas seu desenvolvimento e refinamento se deram na Europa, sobretudo na idade média, quando monges e pequenas comunidades cultivavam as vinhas para os cerimoniais e foram aos poucos aprimorando cada detalhe. Após a queda do império Romano, em 476, a França já majoritariamente católica ficou em relativa estabilidade sob o reino dos Francos. Portugal e Espanha ainda eram segmentados em reinos bárbaros, a Itália era dividida em territórios papais e pequenos estados independentes e a Alemanha um conjunto de reinos e burgos sem sinais de unificação. Após a coroação de Carlos Magno em 800, a região seguiu por séculos como o principal estado católico, tendo em seu território grandes comunidades e vilas que mantinham o cultivo da bebida.
O vinho francês já era tido como superior, mas já ganhava o velho mundo quando o casamento de Eleanor de Aquitânia e Henrique Plantageneta, em 1152, trouxe ao trono inglês ao ducado da Aquitânia, que incluía a já famosa área de Bordeaux. Desde desses tempos o mercado inglês já mirava os goles na qualidade francesa.
O avanço das navegações na idade moderna tornou o vinho francês um importante produto comercial, o que também levou a uma maior especialização e atenção a produção, ao passo que nos outros países, a vinicultura era apenas para consumo e quase nada refinada. Os chateaus viraram marcas, cases de sucesso de séculos!
O vinho francês é a estrela do mundo do vinho. É a tradição a que todos se curvam e na qual se espelham. O prestígio criado em séculos passa por recomendações de Louis XIV, Thomas Jefferson, Benjamin Franklin e Winston Churchill. Cada taça que podemos tomar é um mergulho na história e nas melhores tradições da nossa civilização!