quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Acertos inciais

Passadas as eleições, o governo Bolsonaro começa a fazer suas indicações ministeriais e indicações de posições práticas administrativas. A despeito da histeria dos opositores e de boa parte da imprensa, são muitos acertos.

Para começo de conversa, o debate de 2018 sepultou o velho converseiro esquerda vs muito esquerda, que existiu até então. Há novas idéias no ar, princípios conservadores e liberais bem definidos, ausentes provavelmente desde o império, vem em protagonismo.

São absolutas novidades no cenário, e pouco exploradas, a intenção de se combater o crime frontalmente atacando a impunidade e prendendo criminosos, a indicação de privatização por convicção e a descentralização dos recursos federais.

Na nova república, dada no período de hegemonia cultural esquerdista, embora tenha havido pinceladas de medidas liberais - geralmente postas por necessidade - jamais, essas idéias tiveram, abertamente, força para serem lançadas às claras, dentro de uma agenda eleitoral e finalmente, de governo.

O crime organizado explodiu nas últimas décadas, apesar do relativo crescimento e da estabilidade econômica experimentada. A velha falácia da desigualdade e pobreza como causas essenciais da insegurança caiu por terra. Fica claro, especialmente a população pobre - a mais afetada pela violência - que a delinquência é uma escolha, cuja decisão compara riscos e benefícios. Se nos riscos a chance de ser morto ou ter a liberdade restrita é reduzido, resta apenas o freio moral, individual. Agora, muda-se a postura. A impunidade, que começou a ser combatida no colarinho branco, via lava jato, passará a ser atacada como política de estado.

As privatizações, também protagonistas de falsas polêmicas nos últimos tempos, estão sinalizadas. No passado, mesmo as bem sucedidas, foram sempre as últimas alternativas de caixa para esquemas falidos. Foi só quando o gato da infraestrutura aeroportuária subiu no telhado que o governo petista fez a tal concessão - eufemismo puro - a entidades privadas. Os tucanos, com cara de nojo, foram obrigados a empurrar algumas estatais deficitárias para introduzir uma responsabilidade fiscal nos anos 90. A ojeriza foi tanto, que mesmo esse mérito foi copiosamente repudiado por seus próprios autores - vide Alckmin e sua fantasia de correios em 2006. Desta vez, nomes liberais de berço vem à tona, defendendo abertamente a privatização, ou mesmo o fim de estatais. Há clara descrença no tamanho opressor que o estado brasileiro tomou, uma quebra de paradigma desde provavelmente o tempo café com leite, quando começa a alternância entre intervencionistas de carteirinha, vermelhos e dirigistas, com algumas gradações, mas sempre fiéis aos princípios.

Finalmente a federalização. Na República Federativa do Brasil, só está no nome. Prefeituras deficitárias se acumulam pelo país. O dinheiro, facilmente coletado do contribuinte - morador dos municípios - parte na sua incrível jornada para Brasília, de onde, um dia, quem sabe, com muita fé, volta em migalhas. É lugar comum dizer que a vida de um prefeito é mais estressante que de um presidente. Não duvido. A gigantesca maioria dos problemas que as pessoas sentem, estão na sua vizinhança: violência, buracos na rua, matagal, emprego, serviços. A crença na eficiência do dirigismo central, distante, talhada em décadas de propaganda cultural marxista é refutável por qualquer pessoa que já tocou um orçamento - mesmo de um churrasco. Se um percentual maior dos recursos gerados pelas cidades, nelas permanecer, os indivíduos, aqueles de carne e osso, só tem a ganhar.

As idéias finalmente mudaram. Um novo espírito paira no ar. Um cavalo encilhado parece surgir no horizonte, agora cabe trabalhar para monta-lo.


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